O arcebispo emérito da PB, Dom Aldo Pagotto, que anunciou a sua renúncia na última semana, concedeu entrevista à Revista Veja e fez novas revelações. Pagotto deixou o cargo alegando problemas de saúde, mas estava sendo investigado, entre outras acusações, de “acobertar padres pedófilos”. Ele nega.
Ao repórter Rodrigo Rangel disse que encontrou esquema de desvio de dinheiro do colégio Pio XII; um rombo de R$ 1,8 milhões. Afirmou que denunciou padres ao Vaticano e que passou a ser perseguido por religiosos influentes.
Dom Aldo afirmou que, no “ápice” da investigação feita pelo Vaticano, tentou falar com o Papa Francisco, pessoalmente, mas não conseguiu. Segundo ele, foi aconselhado a renunciar para evitar mais desgastes.
Em outro trecho da entrevista, como disse na carta-renúncia, afirmou que, por misericórdia, acolheu na Igreja da PB seminaristas e outros religiosos que queriam ajuda, mas já haviam tido problemas com relações homossexuais em outras igrejas.
Aldo lembra que fez relatórios e uma espécie de “limpeza”. Alguns, segundo ele, queriam que o comportamento fosse aceito dentro dos ambientes.
“Aceitei e me dei mal. Esses seminaristas foram ordenados por mim e depois tive que afastá-los. Eu afastei seis. Eram acusados de envolvimento de pedofilia. Um foi inocentado.”
Era aquela questão com meninos, coroinhas. Dentro da igreja. Eram casos na região metropolitana de João Pessoa e no interior. Do interior eram três, e três da capital. As denúncias foram feitas por familiares dos meninos. Comecei a receber essas denúncias de 2012 para 2013, tudo de uma vez, uma atrás da outra. Os padres foram afastados imediatamente. Um deles morreu. Nunca foi ouvido em juízo e morreu de muita depressão, coitadinho”, disse a Veja.
Ele negou que ele próprio tenha tido relações homossexuais.
“Deus me livre, isso não existe. É mentira. Não tem como.”
Também afirmou que não existe a história de “orgias” e festas na igreja.
Do blog do Laerte Cerqueira