Um traumatismo craniano e um corte no pescoço causaram a morte da criança de 5 anos em Sumé, segundo laudo do Instituto de Polícia Científica (IPC) entregue à Polícia Civil na quarta-feira (21). A vítima foi encontrada morta na terça-feira (13) em um matagal com o tórax aberto e o pênis decepado. De acordo com o delegado que investiga o caso, João Joaldo, a polícia continua procurando mais um suspeito de participação do crime.
O delegado explica que, segundo o laudo, aconteceu uma série de fatos. “O laudo diz que a criança sofreu pancadas na cabeça, depois ela foi vítima de esgorjamento e em seguida teve o tórax aberto”, explicou, completando que nenhum órgão da criança foi retirado.
João Joaldo afirma que uma vasilha foi usada para armazenar o sangue do menino durante o ritual de sacrifício. “Eles colocaram uma vasilha para ir guardando o sangue durante todo o ritual de sacrifício e agora nós queremos saber onde está esse sangue”, diz.
As investigações apontam que uma quinta pessoa pode estar envolvida no crime. O delegado diz que os quatro suspeitos que estão presos queriam retirar o sangue apenas para vender. Em depoimento, um deles disse que que o sangue de uma criança pode ser vendido por até R$ 10 mil.
Mais crimes
O padrasto da criança que está preso é suspeito de outros crimes, segundo a polícia. Ele teria cometido um latrocínio no ano de 2007 na cidade de Rio Tinto e depois fugiu da cadeia pública do município. Anos depois morou em Areia, no Brejo paraibano, e também é suspeito de agredir uma ex-companheira.
Depoimento da mãe
A mãe da criança de 5 anos prestou depoimento à polícia na sexta-feira (16) e teria assumido que presenciou a morte do menino. Segundo a polícia informou, a mãe contou que os suspeitos riram durante a ação. Ela teria falado também que o menino ‘ciscava’ enquanto era esfaqueado. “Um homem o agarrou pelas costas e o padastro o golpeou de faca”, disse em depoimento.
Segundo a polícia, a mãe teria confessado a participação no assassinato durante depoimento dado depois que soube da confissão de um outro suspeito do crime. Ela ainda teria admitido que a irmã da criança, que tem sete anos de idade, também seria morta.
Sangue da criança
Segundo o delegado Paulo Ênio, a polícia investiga a motivação da morte da criança. “Durante o depoimento, a mãe afirmou que suspeitava que o sangue do menino iria ser oferecido e não bebido. Por isso, é provável, que haja mais pessoas envolvidas no caso”, relatou.
“Este homem que confessou tudo, o padrasto, a mãe e o vizinho que está preso pegaram a criança e levaram ela até um riacho, onde fizeram todo o ritual de sacrifício. O menino foi banhado e, usando uma faca de seis polegadas, o padrasto abriu o tórax da criança. O que leva a crer que foi um ritual de magia negra é que o pênis da vítima foi decepado”, explicou o delegado Paulo Ênio.
Morto era inocente
O delegado ainda esclareceu que um homem com problemas mentais, que era apontado como um dos suspeitos, não tinha envolvimento com o caso e era inocente. Ele foi preso e morto dentro do presídio pelo padrasto do menino.
“O padrasto mentiu em seu depoimento quando disse que viu o deficiente mental próximo ao corpo da criança no matagal. O padrasto queria colocar a culpa neste homem, mas quando viu que a versão deles estava caindo por terra, resolveu estrangular ele dentro da cela”, contou.
Linhas de investigação
Inicialmente, a polícia trabalhava com três linhas de investigação. Uma das hipóteses era de que a criança teria sido assassinada durante um ritual macabro, em que o padrasto possivelmente estaria envolvido. O delegado dizia que o padrasto teria envolvimento com pessoas que trabalham com esse tipo de ritual.
Outra hipótese levantada pela polícia era de que um dos detidos, que era vizinho e amigo do padrasto da criança, teria assassinado o menino por vigança, já que ele teria sido preso após um depoimento da mãe da criança.
Uma terceira hipótese envolvia a família, a mãe, o padrasto e esse amigo do padrasto. Anteriormente, a mãe desse menino foi testemunha de um caso em que esse amigo foi preso e ele disse que queria se vingar e a criança teria sido morta para fazer um mal à mãe.
O homem que foi morto era um deficiente mental que morava na cidade e foi visto por testemunhas próximo à criança no momento do desaparecimento e também quando o corpo foi encontrado.
Do G1 Paraíba