Foi preso no domingo (24) o tio do jovem que confessou ter matado e enterrado a própria sogra na despensa de casa. Segundo a polícia, ele teria ajudado a cavar o buraco onde Maria do Socorro Gomes Freitas, de 47 anos, foi enterrada. Tio e sobrinho estão presos na Central de Polícia, em João Pessoa, e o jovem deve ser ouvido em uma audiência de custódia nesta segunda-feira (25). Segundo a polícia, ele não tem antecedentes criminais. A filha da vítima, companheira do suspeito, foi ouvida e liberada e o corpo da mulher foi enterrado na cidade de Condado, no Sertão do estado, onde mora a família dela.
O crime aconteceu na rua Doutor Ernani Borba, no bairro Jardim Cidade Universitária, no dia 17, mas o corpo da vítima só foi encontrado na madrugada do domingo, uma semana depois. Segundo a polícia, o genro confessou a autoria do crime e disse que pretendia ficar com os bens da vítima.
A irmã de Maria do Socorro, Francisca Gomes Freitas, contou, em entrevista que a filha dela e o genro estariam roubando dinheiro da vítima. “Eu entreguei R$ 1.400 pra ela no dia 14 deste mês. Quando cheguei no portão ela mandou eu ficar calada e que não entrasse o dinheiro. Enrolei numa sacola preta e ela colocou dentro da calcinha, por conta da filha e do genro que estavam roubando dinheiro dela. No depoimento, essa noite ele não disse? Que matou ela por conta dessa casa, porque queria a metade da filha?”, disse Francisca.
Fátima Maria Carvalho era amiga da vítima e acredita que o crime pode ter acontecido por motivos financeiros. “Ela [Maria do Socorro] tinha vendido um restaurante. Vendeu e a menina estava pagando a ela parcelado, acho que ele não acreditava. Só pode ter feito isso por dinheiro. Ele não queria trabalhar, o negócio dele era viver dentro de casa depois que conheceu a filha dela. Ela ainda fez de tudo para a filha levar o restaurante pra frente com ele, mas ela não quis”, explicou.
Segundo o delegado da Polícia Civil Wagner Dorta, em seu depoimento o jovem disse que no domingo asfixiou a sogra com um golpe chamado “mata-leão”, colocou um saco na cabeça dela e amarrou as mãos pra trás. O corpo foi escondido para que na segunda-feira ele chamasse o tio pra cavar um buraco. Ele contou à polícia que alegou para o tio que o buraco seria para instalar um aparelho de ar-condicionado. A polícia vai investigar se o tio do suspeito sabia do crime. O corpo só teria sido enterrado na despensa na terça-feira (19).
Investigação
Ainda segundo Dorta, a vítima estava desaparecida desde o dia 17 de abril e após uma semana de investigação, policiais do serviço de inteligência receberam uma denúncia anônima de que a vítima estava enterrada dentro da própria casa. A mulher foi encontrada na despensa da residência.
“Depois dessa informação nós chamamos a filha da vítima e fomos até a casa. Durante uma varredura, um dos policiais desconfiou da cerâmica que revestia o piso da despensa, pois estava trocada e havia terra na casa do cachorro. Os policiais tiraram a cerâmica e depois que o corpo foi encontrado, ligaram a Delegacia de Homicídios”, disse o delegado.
Minutos após o encontro do cadáver, o suspeito foi preso em um bar próximo a um shopping, no bairro Bancários, e assumiu a autoria. “O suspeito conta que matou a vítima com as próprias mãos e que a intenção dele era ficar com o patrimônio da sogra”, disse Wagner Dorta.
O ex-marido da vítima disse que ficou sabendo do desaparecimento da mulher na quarta-feira (20), após tentar falar com ela por telefone durante dois dias e não conseguir.
“Eu tinha viajado para Fortaleza, no Ceará, e na segunda-feira liguei pra ela, mas ninguém atendeu. Liguei na terça-feira e ninguém atendeu. Quando foi na quarta-feira eu liguei para minha cunhada e pedi pra ela ir na casa. Ela chegou lá e disse que achou estranho, pois não havia ninguém em casa e todas as luzes estavam acesas. Foi quando chamei um chaveiro e acionei a polícia”, disse ele.
O ex-marido da vítima conta que chegou a procurar a mulher dentro de casa e passou pela despensa, mas não percebeu a diferença no piso. “O chaveiro ainda achou estranho o piso estar molhado, mas pensamos que foi por causa da chuva”, frisou o ex-marido da vítima.
Uma vizinha da vítima disse que o genro morava na mesma casa dela havia pouco tempo, mas que a relação entre eles era marcada por conflitos. “Recentemente ela estava morando com a filha, o genro e um neto bebê. Com a filha ela tentava manter uma relação boa, mas, de um tempo pra cá, quando o genro veio morar junto, eles começaram a se desentender. Ela exigia que ele trabalhasse para sustentar a filha dela, mas ele não queria”, disse a amiga da família.
Do G1 Paraíba