Salah Abdeslam, suposto responsável pela organização dos atentados jihadistas de 13 de novembro em Paris, se recusou a falar nesta sexta-feira (20) durante interrogatório no Palácio de Justiça da capital francesa.
O objetivo dos juízes instrutores era esclarecer seu envolvimento no caso, segundo a Associated Press.
Inicialmente, o jihadista tinha pedido para ser transferido para França e que ele tinha a intenção de colaborar. De acordo com o seu advogado, ele está incomodado com as câmeras de segurança que registram suas imagens 24h por dia.
Abdeslam chegou pouco antes das 8h locais (3h de Brasília) ao Palácio de Justiça de Paris em um comboio cercado por fortes medidas de segurança, que incluíram um helicóptero, que esteve sobrevoando o bairro desde as primeiras horas do dia, segundo a EFE.
O suposto terrorista foi transferido da prisão de Fleury Merogis, a cerca de 30 km da capital francesa, em um veículo 4×4 escoltado por vários carros policiais, enquanto agentes realizavam rondas nos arredores do Palácio de Justiça, alguns deles com cães farejadores capazes de detectar explosivos.
Detido no dia 18 de março em Bruxelas e extraditado à França em 27 de abril, Abdeslam é o único dos autores materiais dos atentados de 13 de novembro em Paris que se encontra preso.
Segundo as investigações, foi ele quem conduziu os três terroristas que se explodiram nos arredores do Stade de France, onde era disputado um amistoso entre França e Alemanha, uma ação que resultou na morte de uma pessoa.
Também foi ele quem se encarregou de alugar os carros utilizados para os ataques, assim como os quartos de hotel e um apartamento que serviram de alojamento para os terroristas.
Após sua detenção, Abdeslam foi interrogado por um juiz belga e minimizou seu papel nas ações terroristas, alegando que as responsabilidades eram de seu irmão Brahim, um dos homens-bomba que se explodiram na noite de 13 de novembro, após participar do tiroteio contra vários bares e restaurantes em Paris.
Do G1