Seguindo a orientação nacional do Partido dos Trabalhadores, a Executiva Estadual do PT da Paraíba decidiu rever o veto a formação de alianças com partidos que apoiam o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff e aprovou, na noite da segunda-feira (25), uma resolução sobre as alianças políticas do partido no estado para as eleições municipais de 2016. Veja a resolução na íntegra no fim da reportagem.
Conforme a nova resolução, continuam proibidas alianças com PSDB, DEM, PPS e Solidariedade por estes serem partidos que fazem parte do bloco histórico de adversários do PT nacionalmente. No entanto, a executiva estadual cedeu à orientação da determinação nacional e voltou atrás em relação ao veto das alianças com o PP, PTB, PSD e PRB, que passaram a ser permitidas.
No caso das coligações com o PMDB, foram restritas apenas as alianças nas cidades de Teixeira, Pedras de Fogo e Cabedelo, devido a “forte influência que o PMDB tem de personagens que atuaram ativamente no Golpe contra a Democracia e contra a presidente Dilma Rousseff”, a exemplo dos deputados federais Hugo Motta e Manoel Júnior, que também “fazem parte da chamada ‘tropa de choque’ de Eduardo Cunha”, sendo este grupo político “um dos principais espaços de articulação contra o nosso governo e nosso projeto nacional”.
No caso do PSC, o veto é apenas para a cidade de Araçagi. A aliança foi vetada sem justificativa, mas que a executiva estadual vai orientar o diretório municipal juntamente com a direção estadual para proceder “a melhor tática eleitoral para as eleições 2016”.
Ainda segundo a resolução, a executiva estadual vai continuar a analisar e acompanhar as alianças do partido nos municípios e discutir, juntamente com as direções locais, a construção de palanques vinculados ao projeto político do partido e que caso qualquer cidade apresente possibilidade de apoio a candidatos que não tenham relação programática com o partido, a executiva vai deliberar contra esta aliança.
RESOLUÇÃO POLÍTICA DO PT DA PARAÍBA
A Executiva Estadual do PT da Paraíba, reunida nesta data, por deliberação da Direção Nacional do partido, que conforme determina a Resolução Política de 17 de Maio de 2016 que:
“dado o conjunto de compromissos defendidos pelo PT ao longo de suas administrações públicas, é indispensável o esforço de diálogo com os partidos do campo democrático-popular e estendê-lo, caso a caso, a setores e partidos que, mesmo fora deste espectro, defendam conosco pontos programáticos para as eleições municipais. O PT não apoiará candidatos (as) que votaram e/ou apoiaram publicamente o impeachment.”
Ainda, por entender que o cenário e a conjuntura nacional terá forte influência nas eleições municipais de 2016, pois, como sabemos a votação final do golpe contra a democracia e o governo legitimamente eleito da presidenta Dilma, deverá acontecer durante o pleito municipal deste ano;
Também por entender que esta crise no país serviu para esclarecer definitivamente o mapa político brasileiro: hoje, podemos dizer que os partidos se dividem em três blocos específicos, entre conservadores e liberais, partidos de centro que vinham se acomodando no governo nos últimos anos e que assumiram seu caráter conservador e golpista no cenário nacional e por fim um bloco de partidos vinculados às lutas sociais e o campo progressista que de várias formas vêem defendendo a democracia e as conquistas do nosso povo;
Este desenho político terá forte influência nos municípios em especial nas eleições 2016;
DESTA FORMA ESTA EXECUTIVA ESTADUAL, ANALISANDO CASO A CASO AS ALIANÇAS NOS MUNCÍPIOS DA PARAÍBA, DETERMINA:
1 – VETAR o apoio do PT aos candidatos a Prefeito do PSDB, DEM, PPS e Solidariedade por entender que estes partidos fazem parte do bloco histórico de adversários do nosso projeto nacional e que desde o 4º Congresso Nacional do PT (instância máxima do partido) tais alianças estão vetadas. Assim, NÃO AUTORIZAMOS o apoio do PT a candidatos do PSDB nas cidades de: Areial, Boqueirão, Belem do Brejo do Cruz, Camalaú, Conceição, Marcação e Riachão do Bacamarte; do DEM nas cidades de Piancó, Riachão do Poço, São Bento, São Sebastião do Umbuzeiro e São Mamede e do SD na cidade de Juarez Távora;
2 – Ainda que nos municípios em que apoiamos candidatos a Prefeito do PMDB, um dos principais articuladores do golpe contra o nosso governo, depois de analisada a realidade política de cada cidade, entendemos a necessidade de conforme a Resolução da Direção Nacional, VETAR o apoio do PT nos seguintes casos, com as suas devidas justificativas:
Teixeira
Pela forte influência que a família MOTA tem no PMDB local. É publico que o Dep. Hugo Mota faz parte da chamada “tropa de choque” de Eduardo Cunha, sendo este grupo político um dos principais espaços de articulação contra o nosso governo e nosso projeto nacional.
Pedras de Fogo
Pela forte influência que o Dep. Manoel Júnior tem no PMDB local. Sendo inclusive a cidade de origem política do Deputado. Manoel Júnior é outro integrante da tropa de choque de Eduardo Cunha e tem se apresentado como um dos grandes adversários do PT no nosso estado e em nível nacional.
Cabedelo
O PMDB de Cabedelo tem fortes relações com figuras estaduais do partido que foram signatários e apoiadores do Golpe contra a Presidenta Dilma
3 – Ainda, VETAR o apoio do PT a candidatura do PSC na cidade de Araçagi. E Orientar o Diretório Municipal a juntamente com a Direção Estadual proceder a melhor tática eleitoral para as eleições 2016 que fortaleça nosso projeto político Nacional e local;
4 – Que continuaremos a analisar e acompanhar as alianças políticas do PT nos municípios e juntamente com as direções locais discutiremos a construção de palanques vinculados a nossa história e projeto político. Caso qualquer outra cidade apresente possibilidade de apoio a candidatos que não tenham relação programática com nosso partido, esta Executiva Estadual deliberará contraria tal aliança;
5 – Nos municípios em que o PT não apresentar candidatos para as eleições majoritárias ou proporcionais, caberá a Executiva Estadual juntamente com os filiados nestas cidades à construção de candidaturas petistas nas eleições de 2016;
6 – O não cumprimento desta determinação por parte das instâncias municipais implicará nas sanções previstas em nosso Estatuto e Regulamentos do partido.
João Pessoa, 25 de Julho de 2016.