O apresentador William Bonner usou o perfil do Twitter nesta quinta-feira (21) para denunciar o uso de dados de um dos seus filhos, Vinícius, em uma fraude para receber o auxílio emergencial de R$ 600 do governo.
“O que vem à tona é grave. Pelos critérios do programa de auxílio emergencial, alguém nas condições sócio-econômicas do meu filho não tem direito aos R$ 600 da ajuda. Portanto, quem quer que viesse a usar o nome, o CPF e dados pessoais dele deveria receber como resposta ao pleito um ‘não’. Mas, pelo que vimos ao consultar o site do Dataprev, o pedido de auxílio feito por um fraudador foi aprovado”, afirmou ele.
Bonner ainda explicou que não sabe se a pessoa que usou os dados do filho conseguiu ter acesso ao dinheiro: “O fraudador provavelmente indicou que não tinha conta bancária e abriu a conta específica da Caixa – a que, obviamente, meu filho não tem acesso. Portanto, sequer sabemos se o dinheiro foi depositado e se foi sacado”.
Na rede social, o jornalista revelou também que o CPF do herdeiro foi usado para outros crimes. “Estelionatários têm usado há 3 anos o nome e do CPF de meu filho para fraudes, como a abertura de empresas ou a contratação de serviços de TV por assinatura, entre outras”, contou.
Confira posts completos do jornalista:
Organizando em thread pra facilitar a leitura:
Interrompo meu silêncio no Twitter para denunciar uma injustiça e uma fraude com dinheiro público.
Primeiro, a injustiça.— William Bonner (@realwbonner) May 21, 2020
Estelionatários têm usado há 3 anos o nome e do CPF de meu filho para fraudes, como a abertura de empresas ou a contratação de serviços de TV por assinatura, entre outras.
— William Bonner (@realwbonner) May 21, 2020
Constituí advogados para encerrar todas as falcatruas, devidamente denunciadas à polícia, com queixas registradas em boletins de ocorrência.
— William Bonner (@realwbonner) May 21, 2020
A repetição de fraudes chegou ao ponto de tornar recomendável uma troca do CPF. Mas, no Brasil, a vítima de golpes dessa natureza precisa passar por uma longa provação, em que tempo e dinheiro se esvaem no desenrolar do processo burocrático.
— William Bonner (@realwbonner) May 21, 2020
A repetição de fraudes chegou ao ponto de tornar recomendável uma troca do CPF. Mas, no Brasil, a vítima de golpes dessa natureza precisa passar por uma longa provação, em que tempo e dinheiro se esvaem no desenrolar do processo burocrático.
— William Bonner (@realwbonner) May 21, 2020
Por justiça, não deveria ser assim. Meu filho e qualquer cidadão vítima de estelionato precisariam ser defendidos pela burocracia, em vez de punidos por ela.
— William Bonner (@realwbonner) May 21, 2020
Somos brasileiros. Temos combatido cada nova fraude com persistência e resignação. Mas elas não param.
E aí entramos na questão da proteção do dinheiro público.— William Bonner (@realwbonner) May 21, 2020
Na terça, dia 19, fui informado de que o jornal Meia Hora tinha obtido documentos do suposto registro de meu filho no programa de auxílio emergencial do governo. Meu filho não pediu auxílio nenhum, não autorizou ninguém a fazer isso por ele. Mais uma fraude, obviamente.
— William Bonner (@realwbonner) May 21, 2020
Apresentados os fatos, o jornal corretamente não publicou a matéria. Mas, desta vez, o que vem à tona é ainda mais grave. Pelos critérios do programa de auxílio emergencial, alguém nas condições sócio-econômicas do meu filho não tem direito aos 600 reais da ajuda.
— William Bonner (@realwbonner) May 21, 2020
Portanto, quem quer que viesse a usar o nome, o CPF e dados pessoais dele deveria receber como resposta ao pleito um “não”. Mas, pelo que vimos ao consultar o site do Dataprev, o pedido de auxílio feito por um fraudador foi aprovado.
— William Bonner (@realwbonner) May 21, 2020
O fraudador provavelmente indicou que não tinha conta bancária e abriu a conta específica da Caixa – a que, obviamente, meu filho não tem acesso. Portanto, sequer sabemos se o dinheiro foi depositado e se foi sacado.
— William Bonner (@realwbonner) May 21, 2020
Leio no Globo que a Dataprev não verificou na Receita se os CPFs, embora pertencentes a pessoas sem renda própria, eram de dependentes de cidadãos com renda (como filhos, filhas,parceiros,parceiras). Quantos entre esses foram vítimas de fraudadores, como aconteceu com meu filho?
— William Bonner (@realwbonner) May 21, 2020
Quantos entre esses realmente fraudaram o programa? Meu filho não fraudou, é vítima e pode provar. Não se zelou pela aplicação do dinheiro público?
Quem protege os cofres públicos da ação de estelionatários ou de pessoas mal intencionadas?— William Bonner (@realwbonner) May 21, 2020
Como já informei, há 3 anos meu filho tem sido alvo de golpes de estelionatários, denunciados à polícia.
Neste caso, o crime é contra ele, contra todos os que tiveram seus nomes indevidamente usados, e também contra todos os brasileiros, porque ataca os cofres públicos.— William Bonner (@realwbonner) May 21, 2020
De nossa parte, apresentaremos nova queixa-crime. Da parte dos gestores do auxílio emergencial, esperamos apuração rápida da fraude, para que se resguardem o patrimônio público e a confiança dos cidadãos nos mecanismos de controle desse programa.
— William Bonner (@realwbonner) May 21, 2020
E para que o controle eficaz do programa não prejudique ainda mais aqueles cidadãos que realmente precisam do auxílio neste momento tão doloroso.
— William Bonner (@realwbonner) May 21, 2020