Vitor Belfort tentou. Superou o banimento do TRT, preparou-se como nunca para conquistar o terceiro cinturão do UFC de sua carreira e teve a chance de deixar o octógono com uma conquista histórica. Mas do outro lado havia um lutador excepcional. Chris Weidman, duas vezes algoz de Anderson Silva, aumentou sua invencibilidade para 13 lutas ao derrotar o brasileiro por nocaute técnico, aos 2m53s do primeiro round, no co-evento principal do UFC 187. O Fenômeno chegou a assustar os americanos ao colocar o rival contra a grade com uma sequência de socos que, contra muitos outros adversários, seria fulminante. Mas o “All American” mostrou que tem um grande poder de absorção e venceu a batalha da juventude contra a experiência.
Nas 12 lutas anteriores de Vitor Belfort, apenas Anderson Silva e Jon Jones se mostraram capazes de superá-lo. E Chris Weidman, que bateu Spider duas vezes, deixou claro que não tem um cartel perfeito por acaso. Carrasco de brasileiros, ele chegou ao quinto resultado positivo na carreira contra atletas tupiniquins.
– Eu tinha programado na mente que seria uma luta agarrada. Mas quero uma salva de palmas para Vitor Belfort, ele é uma lenda do esporte. Eu sou a última pessoa que gosta de falar mal dos outros, só tinha algo de errado com seus testes. Mas não quero xingar ninguém – afirmou Weidman, após o triunfo.
Weidman não esperou muito tempo para conectar seu primeiro golpe. Assim que Herb Dean ordenou o início, o campeão acertou um chute alto. Pouco depois, ele jogou dois chutes altos no vazio. Mas em começo de luta, é bom não vacilar contra Vitor Belfort. O Fenômeno foi como um trator para cima, encurralou o rival na grade, acertou uma série de socos e deu a impressão de que nocautearia. Mas ninguém é dono de um cinturão do Ultimate a toa. E o “All American” mostrou que tem coração de campeão, absorveu bem os golpes, colocou o rival para baixo e, dali em diante, passeou no solo. Com imensa facilidade, ele passou a guarda, montou e aplicou um ground and pound extremamente agressivo. O árbitro até esperou bastante, mas Vitor já estava entregue. Não havia mais o que fazer. O americano ainda fez sinal de “não” para o brasileiro ainda caído.
G1