Os casos de varíola dos macacos em humanos têm se espalhado principalmente pela Europa após a confirmação do primeiro paciente com a doença no Reino Unido, no dia 7 de maio.
De acordo com levantamento realizado pela CNN e atualizado nesta segunda-feira (23), ao menos 16 países confirmaram casos da doença até o momento: Espanha, Itália, Portugal, Reino Unido, Austrália, Bélgica, França, Alemanha, Estados Unidos, Canadá, Holanda, Suíça, Suécia, Áustria, Israel e Dinamarca.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) acompanha o cenário epidemiológico da doença no mundo. O primeiro caso confirmado da doença no Reino Unido, que disparou o alerta da OMS, foi informado à entidade no dia 7 de maio. O paciente, que viajou do Reino Unido para a Nigéria, desenvolveu uma erupção cutânea no dia 29 de abril e retornou ao Reino Unido em 4 de maio.
Características da doença
A varíola dos macacos (Monkeypox) é uma doença transmitida de animais para humanos (zoonose) silvestre. As infecções humanas incidentais ocorrem esporadicamente em partes florestais da África Central e Ocidental.
Os países endêmicos da varíola dos macacos são: Benin, Camarões, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Gabão, Gana (identificado apenas em animais), Costa do Marfim, Libéria, Nigéria, República do Congo, Serra Leoa e Sudão do Sul.
A doença é causada pelo vírus da varíola dos macacos, que pertence ao gênero ortopoxvírus da família Poxviridae, e pode ser transmitido de uma pessoa para outra por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama. O período de incubação da varíola dos macacos é geralmente de 6 a 13 dias, mas pode variar de 5 a 21 dias.
A doença é muitas vezes autolimitada com sintomas geralmente desaparecendo espontaneamente dentro de 14 a 21 dias. Os sintomas podem ser leves ou graves, e as lesões podem ser muito pruriginosas ou dolorosas.
O reservatório animal permanece desconhecido, embora seja provável que esteja entre os roedores. O contato com animais vivos e mortos através da caça e do consumo de caça ou carne de caça são fatores de risco conhecidos.
A varíola geralmente é autolimitada, mas pode ser grave em alguns indivíduos, como crianças, mulheres grávidas ou pessoas com imunossupressão devido a outras condições de saúde.
Existem dois grupos de vírus da varíola dos macacos, o da África Ocidental e o da Bacia do Congo (África Central). As infecções humanas com o tipo de vírus da África Ocidental parecem causar doenças menos graves em comparação com o grupo viral da Bacia do Congo, com uma taxa de mortalidade de 3,6% em comparação com 10,6% para o da Bacia do Congo.
Casos mais leves de varíola podem passar despercebidos e representar um risco de transmissão de pessoa para pessoa. É provável que haja pouca imunidade à infecção naqueles que viajam e expostos, pois a doença endêmica é geograficamente limitada a partes da África Ocidental e Central.
Embora uma vacina tenha sido aprovada para a prevenção da varíola, e a vacina tradicional contra varíola também forneça proteção, esses imunizantes não estão amplamente disponíveis.
(Com informações da Reuters)
Do ManchetePB
com CNN Brasil