À medida que as eleições se aproximam, o combate às Fake News se torna um tema cada vez mais relevante no Brasil. A cada segundo que se passa uma nova inverdade é divulgada, dificultando a ética e transparência das campanhas eleitorais, pois muitos cidadãos têm dificuldades em selecionar quais fatos são verdadeiros e quais não são.
De acordo com o site Agência Brasil que realizou uma pesquisa em parceria com o Instituto Locomotiva, oito em cada dez brasileiros já deram credibilidade a Fake News. Mesmo assim, 62% confiam na própria capacidade de diferenciar informações falsas e verdadeiras em um conteúdo.
Segundo Rafael Melo “O trabalho dos Órgãos Públicos para combater as Fake News em um processo eleitoral é como tentar apagar um incêndio com um conta-gotas. Isso porque as estratégias de desinformação são construídas com mais sofisticação usando as deepfake. Sendo assim os órgãos públicos ainda estão devagar na tentativa de frear essas desinformações. Necessitamos de um processo muito grande na educação midiática, para que as pessoas possam ir se conscientizando sobre esse cenário. Até porque nós temos um fluxo informacional difuso, fragmentação da informação, meios de comunicação que são irrastreáveis”.
A Complexidade das Fake News
As Fake News aumentam dia após dia, e com o avanço das mídias sociais isso se torna cada vez mais preocupante, ainda mais em um período onde a democracia tem que ser exercida com ética e respeito em favor dos Brasileiros.
Rafael Melo fala que “a estética do discurso de combate ou checagem de fatos ainda é muito no sentido de que tal informação é verdadeira ou falsa, mas está descontextualizada. Ora, mas a narrativa que me convenceu de que essa informação é verdadeira se torna melhor, preenche minhas convicções, é mais sedutora e claro mais forte. E quanto à checagem de fatos, por exemplo, o conteúdo pode ser muito concreto, pouco apelativo”.
Destaca-se ainda que existem outros métodos de encontrar informações, como buscando por sites comprometidos com a checagem dos fatos, como o Instituto Internacional das Agências de Checagem de Fatos, o IFCN, ao qual as agências de notícias se remetem, pois somente após todas as devidas checagens, os conteúdos são disponibilizados para o acesso da população de forma geral.
Educação Midiática: Uma Necessidade Urgente
De acordo com mais uma pesquisa, desta vez feita pelo Instituto Datasenado, 81% dos brasileiros acham que as notícias falsas, as chamadas fakes news, podem afetar significativamente o resultado eleitoral.
Rafael de Melo cita que “um modelo de agência de checagem de fatos, ele nasce lá em 1991, através de um jornalista norte-americano. Ele passou a checar os discursos dos candidatos à Presidência dos Estados Unidos nos grandes eventos que eles realizam e também nas conferencias. Podemos destacar também como é que a gente checa, como dimensionar o discurso de um candidato nas eleições, são muitas as ferramentas de informações. Se falamos algo relacionado à saúde, temos que procurar na base de dados do Ministério da Saúde, se falamos em Educação, da mesma forma vamos nos bancos de dados do Ministério da educação.”
E não é apenas achismo, segundo Rafael Melo, nosso especialista no assunto “Só partindo da Educação Midiática e Literária podemos superar esse problema.”. Podemos melhorar a educação midiática e literária desenvolvendo o pensamento crítico, reconhecendo os gêneros textuais para ajudar a entender diferentes estilos de escrita e formatos de mídia para facilitar a identificação do conteúdo com fake news, e educando sobre as plataformas digitais e suas dinâmicas juntamente com debates, diálogos e leituras.
ManchetePB
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FICHA TÉCNICA:
Reportagem: Jaqueline Isabela, Celso Paz e Rafaela Laureano
Edição de texto e imagens: Lucas Oliveira