Um recém-nascido foi encontrado morto dentro de uma caixa em uma casa no bairro do Presidente Médici, em Campina Grande, na tarde desta sexta-feira (5). De acordo com a Polícia Militar, a suspeita é de que a mãe do bebê tenha praticado infanticídio após ter o parto dentro de casa.
De acordo com o tenente-coronel Rogério Damasceno, comandante do 2º Batalhão da Polícia Militar, a PM foi acionada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que, por sua vez, foi chamado pela avó do recém-nascido após encontrar o bebê na caixa e a filha apresentar sangramento.
A avó do recém-nascido, Adalgisa Oliveira, contou que não percebeu a hora em que a filha colocou o bebê na caixa, mas suspeitou que ela entrou em trabalho de parto após passar mais de uma hora no banheiro.
“Ela levantou de manhã, pegou uma toalha e falou que ia tomar banho. Eu perguntei se ela queria ir no hospital, mas ela disse que não. Então eu saí para limpar a calçada e quando voltei, falei para minha outra filha que achava que a irmã dela ia ter o parto hoje”, contou Adalgisa.
Adalgisa estranhou que a filha estava há mais de uma hora no banheiro, mas não viu quando ela saiu. “Depois de um tempo ela se dirigiu ao quarto e disse que ia dormir. Eu perguntei a ela se queria que ela lavasse umas roupas e ela disse que podia lavar, exceto um lençol que estava lá”, disse a avó.
A mãe da mulher disse que desconfiou e pegou o lençol. Ao abrir, encontrou a caixa com o bebê enrolado na toalha. Segundo ela, o recém-nascido ainda respirava, mas pouco. Ela chamou a outra filha e uma vizinha e as três acharam melhor chamar o Samu.
Ao chegar no local, a médica do Samu constatou que o bebê havia morrido e que a mãe ainda não havia expulsado a placenta. A mãe do recém-nascido apresentava sangramento e foi levada para a maternidade do Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (Isea) e o Samu acionou a PM, a Polícia Civil e a perícia.
“Fomos informados de que havia um corpo de um bebê em uma caixa e agora vamos ouvir todas as pessoas e colher as informações para só então saber se houve ou não um crime”, disse o delegado Cristiano Brito.
Ainda de acordo com a avó do bebê, a filha dela tentou esconder a gravidez no início, mas nunca falou sobre tentar abortar. “Ela queria ter o bebê e eu até cheguei a dizer que se ela não quisesse criar, a gente poderia doar para que alguém, até aqui da rua mesmo, adotasse, mas ela nunca demonstrou intenção de interromper a gravidez”, completou Adalgisa.
Do G1 Paraíba