O presidente da Fifa, Joseph Blatter, foi reeleito nesta sexta-feira para assumir o quinto mandato à frente da federação internacional de futebol, após seu rival na eleição, o príncipe Ali bin Al Hussein, da Jordânia, reconhecer a derrota em um Congresso da Fifa ofuscado por denúncias de corrupção.
A vitória de Blatter ocorreu apesar dos pedidos para que ele deixasse o cargo em meio a um grande escândalo de corrupção que está sendo investigado por Estados Unidos, Suíça e outras autoridades que mergulharam a entidade que controla o futebol mundial na pior crise de seus 111 anos de história.
Nem Blatter nem o príncipe Ali obtiveram os dois terços dos votos necessários para ganhar no primeiro turno, sendo que Blatter teve 133 votos e Ali, 73. Logo depois, Ali admitiu a derrota.
No discurso de vitória, Blatter declarou: “Vamos Fifa, vamos Fifa”, e foi aplaudido de pé.
“Eu parabenizo você se votou no príncipe Ali, ele era um bom candidato, mas sou o presidente agora, o presidente de todo mundo”, completou.
Antes da votação, Blatter, de 79 anos, que se juntou à Fifa em 1975, disse que sentiu que havia ficado pouco tempo na entidade e queria ficar mais.
“Descobri que o tempo que passei na Fifa é muito curto”, afirmou. “Quanto mais os anos passam, mais o tempo voa rapidamente. Eu estou com vocês, e gostaria de ficar com vocês”, disse, sob aplausos.
Já o príncipe Ali prometeu uma Fifa mais aberta e democrática, dizendo: “Ouvimos nos últimos dias vozes que descreveram a nossa Fifa como uma entidade avarenta, que se alimenta do esporte que o mundo ama.”
Era esperado que países asiáticos, africanos e latino-americanos votassem em Blatter, enquanto a Europa em peso defendia a saída do suíço.
Em uma visita a Berlim, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse que Blatter deveria sair “quanto mais cedo melhor”. A chanceler alemã, Angela Merkel, afirmou que o lado sujo do futebol deve ser limpo.
Autoridades norte-americanas acusaram de corrupção dirigentes da Fifa e executivos do esporte, enquanto a Suíça investiga separadamente a concessão das próximas Copas do Mundo para a Rússia e o Catar.
Na quarta-feira, sete dirigentes da Fifa foram presos em Zurique, incluindo o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) José Maria Marin, sob acusação de corrupção no futebol.
Da Reuters