Apenas 53 dos 3,9 milhões candidatos que se submeteram ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em 2019, conseguiram atingir a nota máxima na redação. A constatação foi divulgada, nesta sexta-feira (17/1), pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Outro dado negativo: mais de 143 mil estudantes zeraram a redação, número superior ao de 2018, quando 112.559 mil candidatos tiraram zero. De positivo, a média da nota da redação, que aumentou de um ano para outro — em 2018 foi 522,8, enquanto em 2019 atingiu 593,9.
O recorde de participantes com nota zero ocorreu em 2017, quando 309.157 alunos zeraram o exame por diversos motivos. Em 2019, a principal razão pela qual os alunos não conseguirem nota foi por entregar a prova em branco, seguido de fuga ao tema proposto no teste e de cópia do texto motivacional — quando o candidato simplesmente copia trechos do texto de apoio, que é disponibilizado no caderno da prova, para a realização da redação. O tema do ano passado foi “Democratização do acesso ao cinema”.
A média de desempenho no restante da prova diminuiu em todos os segmentos do conhecimento. A maior queda foi em Ciências Humanas, que passou de 559,2 em 2018 para 508, em 2019. Em Ciências da Natureza, caiu de 493,8 em 2018 para 477,8 no exame do ano passado. Em Matemática, a redução da média foi de 535,5 para 523,1 entre um ano e outro. A menor diminuição foi em Linguagens e códigos: de 526,9 em 2018 para 520,9, em 2019.
Segundo o presidente do Inep, Alexandre Lopes, a redução de média entre um ano e outro mostra como está a proficiência dos alunos em relação ao conteúdo da prova no ano de aplicação. Ele explicou que o teste teve o mesmo nível de dificuldade para todos os alunos. A nota do Enem é calculada com base na Teoria de Resposta ao Item (TRI), ou seja, um conjunto de cálculos que permite a comparabilidade entre as edições do exame.