A Inglaterra afirmou nesta quinta-feira (5) que há uma significativa possibilidade de que um grupo ligado ao Estado Islâmico esteja por trás de um suposto ataque a bomba que derrubou um avião russo sobre o Egito no fim de semana, segundo a Reuters. O Egito afirma que não há evidências de que a aeronave sofreu um ataque, informou a CNN.
O Airbus A321M operado por uma empresa russa caiu no sábado (31) pouco após decolar do balneário de Sharm Al-Sheikh, no Mar Vermelho, a caminho de São Petersburgo. No total, 224 pessoas morreram.
Mais cedo, quando perguntado se pensava que militantes do Estado Islâmico estariam por trás do desastre, o secretário inglês de Relações Exteriores, Philip Hammond, disse: “O Província do Sinai [leal ao Estado Islâmico] reivindicou responsabilidade por derrubar a aeronave russa, fizeram isso logo após a queda.”
“Olhamos todas as informações, incluindo a reivindicação, mas claro que outras informações também, e concluímos que há uma possibilidade significativa”, disse à rede de TV Sky.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse que não há “certeza” de que uma bomba tenha provocado o desastre, mas que essa hipótese é “cada vez mais provável”.
Nesta quarta-feira (4), a rede de TV americana “CNN” disse que as agências de inteligência americana sustentam que uma bomba do Estado Islâmico poderia ter derrubado o avião. A emissora citou uma fonte anônima do governo, que deixou claro que isso não se trata de uma conclusão oficial.
A equipe que investiga o desastre vai examinar se havia algum material explosivo a bordo do avião, segundo a Reuters. A afirmação foi feita por Alexander Neradko, chefe da agência de aviação russa Rosaviatsia, ao canal de televisão Rússia 24. As suas primeiras conclusões devem sair em poucos meses.
Porém, para as autoridades egípcias, que lideram as investigações, não há evidências de que uma bomba teria provocado a queda do avião.
Na quarta-feira (4), o governo britânico já tinha anunciado que voos programados para saírem de Sharm el Sheikh para o Reino Unido serão postergados por precaução. O Egito informou a decisão foi tomada sem consultar as autoridades do país, apesar de contatos próximos entre os dois países e de um reforço nas medidas de segurança, segundo a Reuters.
A ramificação egípcia do Estado Islâmico afirmou que vai contar ao mundo como realizou o ato no momento que considerar adequado. O grupo egípcio Província de Sinai afirmou em nota, no dia do incidente, que havia derrubado a aeronave “em resposta a ataques aéreos russos que mataram milhares de muçulmanos em solo sírio”. Novas imagens de minutos após a queda do avião foram divulgadas pela rede britânica BBC.
Medidas de emergência
O governo britânico prepara medidas de emergência para retirar seus cidadãos da cidade turística egípcia de Sharm el-Sheikh, popular ponto turístico do Mar Vermelho. Quase 900.000 turistas britânicos visitam o Egito a cada ano, segundo a Agência France Presse.
“Estamos trabalhando agora com as companhias aéreas e as autoridades egípcias para aplicar medidas de emergência a curto prazo que permitirão retirar de forma segura os turistas britânicos que estão em Sharm”, disse o ministro das Relações Exteriores, Philip Hammond, ao canal Sky News.
O primeiro-ministro, David Cameron, convocou uma reunião de emergência sobre a questão. Ele também tem um encontro previsto com o presidente egípcio Abdel Fatah al-Sisi, cujo país necessita desesperadamente do dinheiro do turismo e que será afetado pelas medidas britânicas.
“Esperamos que as medidas de emergência sejam aplicadas a partir de amanhã para que as pessoas com voos previstos para ontem e hoje comecem a viajar na sexta-feira”, disse Hammond.
“As medidas serão aplicadas enquanto transportamos os turistas britânicos que estão atualmente em Sharm el-Sheikh na próxima semana ou 10 dias”, completou.
Hammond acredita que a retomada dos voos regulares entre o Reino Unido e a popular localidade turística do Mar Vermelho, também suspensos, deve demorar mais tempo.
“Não posso dizer se serão dias, semanas ou meses. Esperamos que seja possível, talvez antes das festas de Natal e Fim de Ano, declarar Sharm el-Sheikh um local seguro e retomar as operações entre o Reino Unido e Sharm”.
Do G1