A bomba que explodiu em Nova York, na madrugada de ontem, ferindo 29 pessoas, foi um ato de terrorismo, afirmou o governador do Estado de Nova York, Andrew Cuomo. Porém, não há ainda nenhum indício de ligações com grupos internacionais, acrescentou.
— Uma bomba explodindo é, de forma genérica, uma atividade terrorista. É assim que consideramos. E é assim que iremos investigar. Quem quer que tenha colocado essas bombas, vamos encontrá-los e eles serão levados à justiça — disse Cuomo, informando que a investigação ainda está em estágio inicial e que nenhum grupo assumiu a responsabilidade pela explosão.
O governador afirmou que o policiamento será reforçado com mil agentes. Cuomo, no entanto, pediu para os nova-iorquinos não se intimidarem e continuarem a levar suas vidas normalmente. Mas ressaltou:
— Sejam vigilantes. A polícia precisa de sua ajuda.
A explosão ocorreu em frente a uma associação de ajuda a deficientes visuais, no bairro de Chelsea, em Manhattan. Horas depois, um segundo aparato explosivo foi encontrado a alguns metros do local e retirado com segurança pela polícia. O objeto seria uma panela de pressão concectada por fios a um telefone celular, mas não se sabe se é o mesmo tipo de dispositivo que provocou a explosão em Chelsea, nem se ele possui alguma ligação com o ocorrido. Mil policiais extras foram deslocados para reforçar a segurança em centros de transportes da cidade.
Na manhã deste domingo, o prefeito de Nova York, Bill di Blagio, disse, em entrevista coletiva, que a explosão foi um evento muito sério e se tratou de um ato intencional, mas acrescentou que, aquele momento, não havia indícios de ter sido um ato de terror.
As autoridades também estão investigando também um trecho da Rua 27, entre as 6ª e 7ª avenidas, onde teria sido encontrado um segundo artefato. O comissário de polícia, James O’Neill, disse que o esquadrão antibomba está trabalhando as duas áreas, como cenas de crime. Fontes policiais dizem que as investigações preliminares apontam que a explosão ocorreu em um contêiner de lixo em uma rua de Chelsea.
Moradores próximos ao local disseram que a explosão foi “ensurdecedora”. Ela ocorreu em frente a um prédio de 14 andares que abriga a Associated Blind Housing, no número 135 da Rua 23, por volta das 20h30m (local).
— Eu estava entre a rua 22 e a 7, sentado na rua jantando — relatou à CNN a testemunha Ben Brooks, morador de Nova York. — Senti como se um raio tivesse atingido o prédio. O chão tremeu. Todo mundo saiu do restaurante e foi para a rua. Toda a cidade estava na rua.
Os residentes do prédio foram orientados pela polícia a permanecerem em casa. Não houve registro de incêndio, embora vários veículos de bombeiros tenham sido despachados para o local. O metrô não foi paralisado. O Departamento de Bombeiros de Nova York informou que um dos feridos está em estado crítico, devido a uma perfuração.
O incidente ocorreu horas após uma bomba caseira explodir em Nova Jersey, um pouco antes de milhares de corredores participarem de uma prova de caridade nas proximidades. O prefeito Di Blasio disse que não é possível ligar os dois incidentes.
A candidata democrata Hillary Clinton disse que está acompanhando as investigações e que apoia os esforços das autoridades para esclarecer o incidente. Seu rival republicano, Donald Trump, afirmou, ao ser informado sobre a explosão, que os EUA precisam endurecer sua reação.