Os detritos do cometa Swift-Tuttle poderão ser vistos como uma chuva de meteoros na madrugada desta quinta-feira (13), principalmente no Nordeste e Norte do Brasil, que terão vantagem devido à trajetória do cometa. A Nasa recomenda a ida a lugares com o mínimo de luminosidade possível, maximizando as chances das pessoas de verem até 100 estrelas cadentes por hora.
A chuva de meteoros das Perseidas, como são chamados os detritos, ocorre anualmente entre os meses de julho e agosto.Os astrônomos apontam que um céu mais escuro do que o normal deve criar condições ideais para observar as populares “estrelas cadentes”.
O espetáculo será melhor visualizado no Hemisfério Norte, ou seja, quanto mais ao sul da Linha do Equador, pior será a visualização da chuva. Assim, as regiões Norte e Nordeste do Brasil terão as melhores chances de observar o fenômeno natural, devido à trajetória do cometa.
Além disso, o brilho da Lua não interferirá na observação da chuva de meteoros, pois o satélite natural da Terra está se aproximando de sua fase mais escura a chamada “lua nova”.
“Será um show espetacular neste ano”, diz à AFP o astrônomo Morgan Hollis, da Real Sociedade Astronômica (RAS, sigla em inglês). “Será possível ver muito mais do que o normal.”
Nomenclatura
O nome Perseidas está relacionado à constelação de Perseu, que tem seu pico quando a Terra atravessa um rastro de meteoros. O espetáculo de luz entre meados de julho e meados de agosto provém da cauda do cometa Swift-Tuttle, que oscila em torno do Sistema Solar com período orbital de 133 anos, depositando detritos na órbita da Terra toda vez que se aproxima do Sol.
Os sedimentos basicamente formados por gelo e rocha sofrem atrito e se desintegram quando entram a cerca de 60 quilômetros por segundo na atmosfera terrestre, formando os flares, ou pela linguagem popular, as estrelas cadentes. Ocasionalmente, riscos luminosos mais longos podem ser vistos.
Norte do Brasil: melhor visão
Ao contrário de outros eventos celestiais, não é preciso uma tecnologia especial para assistir à chuva das Perseidas. Basta procurar lugares pouco iluminados e altos, longe de edifícios e árvores, para que a luz dos meteoros não seja ofuscada pela luz artificial. Ou seja, quem mora nas grandes cidades brasileiras terá mais dificuldade em observar a chuva a olho nu.
“Quanto mais a pessoa conseguir ver o céu, melhor”, diz a astrônoma Affelia Wibisono, do Observatório Real de Greenwich. “Não será necessário usar binóculos ou telescópios. Na verdade é até melhor observar somente com os olhos.”
As Perseidas são também conhecidas como as “lágrimas de São Lourenço”. O santo, um dos primeiros diáconos da Igreja, foi torturado até a morte pelos romanos em 10 de agosto de 258 justamente a data na qual, todo ano, ocorre o acúmulo dos detritos do cometa. A chuva das Perseidas tem sido observada ao longo dos últimos dois mil anos, com o primeiro registro conhecido datado no ano de 36, na Ásia.
Lua nova facilita visualização do espetáculo anual, que pode proporcionar até cem “estrelas cadentes” por hora e deve ser especialmente intenso em 2015. Fenômeno será mais nítido no Hemisfério Norte.
Da AFP