Com a economia ainda se recuperando de maneira tímida, as vendas nas próximas datas importantes para o consumo se tornam a grande expectativa dos varejistas para terminar 2017 de maneira positiva. O Black Friday é uma destas datas e ocorre na última sexta-feira de novembro, reunindo empresas dos mais variados portes e segmentos que viram no dia uma janela de oportunidades para atrair consumidores. De acordo com um levantamento feito em todo o país pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), três em cada dez empresas brasileiras (35%) devem aderir à Black Friday.
Para especialistas, o resultado é considerável, visto que o evento ainda engatinha no Brasil e chegou a sofrer prejuízos reputacionais, quando questionado se verdadeiramente cumpria com a promessa de oferecer mercadorias a preços baixos. “Para os empresários, diferentemente das promoções convencionais, trata-se de uma liquidação de época, cujo objetivo é liquidar o máximo de produtos das lojas com intuito de renovar estoques e aquecer as vendas”, afirma o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro.
Três em cada dez empresários (28%) acreditam que as vendas no Black Friday 2017 serão iguais às do ano anterior e 18% acreditam que serão melhores. Entre os que irão participar, apenas 21% já investiram ou irão investir no estabelecimento para o evento, sendo promoções para aumentar as vendas (46%), ampliação do mix de produtos (30%) e investimento em propaganda da empresa (28%) as estratégias mais recorrentes.
Cerca de 62% dos empresários entrevistados afirmam não pretender participar do Black Friday em 2017.
O impacto da Black Friday nas vendas de Natal
Ainda que a Black Friday seja tradicionalmente realizada na última sexta-feira de novembro, a apenas um mês das festas de final de ano, a maioria dos empresários (53%) discorda que o evento seja um indicativo de vendas para o Natal. Já 25% dos empresários acreditam que o Black Friday serve como um indicativo de como as vendas serão em dezembro.
Na avaliação da economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, Natal e Black Friday são eventos com propósitos diferentes. “O ato de presentear no Natal representa uma importante tradição, rodeada de simbolismos e elementos emotivos que são considerados na compra de presentes. Já na Black Friday, trata-se de uma compra pessoal, com a finalidade de aproveitar um grande desconto”, pondera. “Ainda assim, as vendas no Black Friday podem indicar um consumidor mais otimista e com possível mais apetite às compras no Natal”, afirma.
Perguntados se o Black Friday interfere nas vendas de Natal, a maioria disse que não há qualquer interferência (60%). Outros 23% disseram que o evento contribui para aumentar as vendas de final de ano, principalmente no setor de serviços (26%), e a minoria 5% acredita que a Black Friday prejudica as vendas de Natal.
Metodologia
Foram ouvidos 1.168 empresários de serviços e comércio varejista localizados nas capitais e interior do país. A margem de erro é de 3,0 p.p. com um intervalo de confiança de 95%.