Um vídeo em que o prefeito José Aurélio, popular Baia, de Pedro Régis, cidade do litoral norte paraibano, supostamente disse que sua adversária política, a professora Michele Ribeiro (Cidadania) teria “capacidade para administrar uma sala de aula, mas, não a Cidade”, viralizou nas redes sociais e tem gerado muita polêmica.
veja o vídeo:
O evento em apoio ao candidato Severino Batista, em que Baia teria possivelmente proferido um discurso sexista, aconteceu no último domingo (04), no centro da cidade, e tem sido alvo de duras críticas e discussões acaloradas na internet.
Leia alguns comentários:
O prefeito Baia ainda não se pronunciou sobre o assunto, mas a secretária da Educação, Maria Geane, disse em seu Instagram que a oposição tenta criar um factoide, generalizando de maneira oportunista o discurso do prefeito.
A polêmica chegou em João Pessoa e as palavras de Baia foram também repudiadas pela vereadora da capital e líder de movimentos feminista, Sandra Marrocos. Leia o post:
Já a candidata a prefeita pela oposição, externou uma nota de repúdio.
Leia a nota:
“Repúdio ao machismo do prefeito de Pedro Régis!
É com muita indignação que recebo, ao mesmo tempo em que repudio veementemente, o conteúdo machista do discurso do prefeito de Pedro Régis, José Aurélio Ferreira (Baia), a respeito da minha atividade profissional e da minha condição de mulher para disputar e assumir o cargo de prefeita. Ontem, 3 de outubro de 2020, durante o comício em praça pública, ele desqualificou e deslegitimou a minha capacidade para assumir a gestão municipal porque sou mulher e professora.
O prefeito, ao preferir que “ela tem capacidade para administrar uma sala de aula, mas para administrar não tem não, desde que me prove o contrário”, expressou o seu preconceito e machismo, que deslegitima a capacidade das mulheres. Mais do que isso, sua fala representa uma ofensa grave às mulheres que buscam um espaço na vida política, definindo o nosso papel na sociedade ao reforçar a ideia de que as mulheres são incapazes de ocupar cargos políticos de gestão, desconsiderando todas as lutas das mulheres por direitos, inclusive de participação política. Seu posicionamento é uma afronta, pois nega os avanços, as conquistas e os direitos das mulheres no que se referem à participação na vida política, à igualdade no espaço de trabalho e às políticas públicas que atendam as necessidades das mulheres.
O seu discurso de ódio deixa claro o preconceito e o machismo que orientam a sua prática política. Isso se traduz na falta de serviços e políticas públicas direcionadas às mulheres pedorengenses, com a ausência de uma política de saúde que atenda às necessidades das mulheres, a inexistência de uma creche pública e a ausência de assistência social para as mulheres em situações mais precárias.
Esse pronunciamento reflete o desmerecimento e desvalorização das professoras ao subestimar a nossa capacidade de administrar e assumir um cargo eletivo, de modo especial, no poder executivo. O seu machismo é percebido quando não investe na educação e não garante condições de trabalho básicas aos docentes que atuam na rede municipal de ensino, cuja maioria é composta por mulheres.
Exigimos respeito às mulheres e às professoras e que nossa capacidade não seja julgada pelo simples fato de sermos mulheres ou pela atividade profissional que exercemos. Diremos em alto e bom som que lugar de mulher é onde ela quiser estar!
Estaremos na luta contra o machismo, na defesa da participação das mulheres na política e na luta para votar e eleger a primeira mulher a prefeita de Pedro Régis.” (Michele Ribeiro)
Manchete PB