A Rússia anunciou nesta segunda-feira (2) que, pela primeira vez, bombardeou a zona da cidade histórica de Palmira na Síria, um dos redutos dos jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI).
Os aviões russos destruíram uma “posição defensiva” e “baterias antiaéreas” do EI na área de “Tadmor” – o nome de Palmira em árabe -, segundo um comunicado do ministério russo da Defesa, que assegurou ter bombardeado 237 alvos “terroristas” na Síria, nos últimos dois dias.
Em outra ocasião, no início de outubro, a televisão pública da Síria afirmou que a aviação russa havia bombardeado posições do EI em Palmira, mas o exército russo desmentiu a informação algumas horas depois.
Os ataques acontecem em meio à incerteza sobre o que derrubou o Airbus A 321 operado pela companhia aérea russa Metrojet, que saiu de Sharm El-Sheikh, cidade no litoral do Egito, e seguia para São Petersburgo, na Rússia. O incidente matou as 224 pessoas que estavam a bordo.
O ramo egípcio do Estado Islâmico afirmou no Twitter ser o responsável pela queda do avião, mas apesar da reivindicação do grupo, as autoridades russas e egípcias não confirmaram a declaração e ainda estão investigando.
Destruição de monumentos
Palmira, um oásis no meio do deserto, abriga as monumentais ruínas de uma grande cidade que foi um dos maiores centros culturais do mundo antigo.
O Estado Islâmico assumiu o controle total da cidade em maio deste ano. Antes da invasão, autoridades sírias afirmaram ter levado centenas de estátuas antigas para locais seguros por medo de que os militantes as destruíssem.
No dia 25 de agosto, militantes extremistas divulgaram imagens da destruição do templo Baalshamin. A explosão deixou a parte fechada do templo e as colunas do entorno destruídas, de acordo com o diretor de Antiguidades e Museus da Síria, Maamun Abdulkarim.
A a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco, na sigla em inglês) considerou a destruição do templo um crime de guerra. O templo romano começou a ser construído no ano 17 e posteriormente foi ampliado pelo imperador romano Adriano em 130.
Também em agosto, o EI assassinou o ex-diretor de Antiguidades de Palmira Khaled al-Assad, cujo corpo foi pendurado em um poste. Ele cuidava das ruínas, tombadas pela Unesco como Patrimônio da Humanidade, durante quatro décadas.
Da France Presse