O homem suspeito de estuprar duas mulheres e matar uma delas em Goiana, Pernambuco, entre os dias 20 e 21 de junho, estava desarmado, segundo informou o superintendente da Polícia Civil da Região Metropolitana de João Pessoa, Marcos Paulo Vilela, durante entrevista coletiva nesta terça-feira (30). O homem foi preso na manhã desta terça-feira. Um outro suspeito também foi preso, mas segundo a polícia, ele só teve participação na abordagem das vítimas com a intenção de roubar o veículo onde as mulheres estavam e não teria participado dos estupros nem do assassinato de uma das vítimas.
De acordo com a polícia, em um determinado ponto do trajeto entre João Pessoa e o local do crime, os dois suspeitos entraram em desacordo sobre o estupro das duas mulheres e o primeiro homem a ser preso, teria voltado para João Pessoa de moto e apenas o segundo suspeito, preso nesta terça-feira, seria o responsável pelo estupro das vítimas e assassinato de uma delas. A polícia não esclareceu se o segundo suspeito obteve ajuda de alguém, para posteriormente, incendiar o veículo e sair do canavial onde o carro foi abandonado.
Além das duas mulheres, um bebê de nove meses, filho de uma delas, também estava no veículo. A criança foi encontrada próximo ao local onde estavam as mulheres. Ele chegou a ser hospitalizado, mas foi liberado e passa bem. Segundo a polícia, a mãe do bebê, que ficou ferida, já saiu da UTI e lembra de tudo que aconteceu.
“A gente tem que considerar que eram duas mulheres, uma delas preocupadíssima com o seu bebê, acreditando que ele estava armado. Ela não viu (se ele estava armado ou não), mas não ia duvidar dele. Tem que considerar também que o suspeito, além de homem, tem uma condição física forte. Ele já havia agredido, ainda dentro do carro, fisicamente as vítimas. Inclusive ele as amarrou, enquanto ele estuprava uma. Colocou na mala, inclusive amarrada, e estuprou a outra”, disse.
A polícia chegou aos suspeitos fazendo um levantamento sobre pessoas que já tiveram envolvimento em roubos de carros. O primeiro suspeito a ser preso, que teria participado somente do roubo e foi encontrado no sábado (27), indicou quem era o outro homem envolvido no crime. De acordo com a polícia, houve maior dificuldade de encontrar esse segundo suspeito por conta do deslocamento constante dele. Ele tinha endereços em João Pessoa, Bayeux, Caaporã e Pedras de Fogo, na Paraíba, e em Igarassu e Itambé, em Pernambuco. Ele foi encontrado em um bar às margens da BR-101, no município de Igarassu.
O delegado Walter Brandão explicou que os presos confessaram o crime e disseram que estavam em um bar em Mangabeira VII no dia 20 e saíram de moto por volta das 17h com o objetivo de roubar carros. O delegado Marcos Paulo acrescentou que o suspeito dos estupros disse ter consumido álcool e usado cocaína antes de cometer o crime.
Ainda de acordo com a polícia da Paraíba, não houve sequestro no caso, como chegou a ser cogitado inicialmente. O delegado Felipe Ribeiro, titular da 9ª Delegacia Distrital, explicou que os dois presos vão ser indiciados por roubo duplamente qualificado, pela privação da liberdade das vítimas e por terem cometido o crime junto com outra pessoa.
O segundo suspeito a ser preso vai responder por todos os outros crimes e pode pegar até 110 anos de prisão, segundo Marcos Paulo Vilela. Conforme o delegado, além do roubo, ele vai ser indiciado por duplo estupro, dupla tentativa de homicídio duplamente qualificada (de uma das mulheres e do bebê), homicídio duplamente qualificado e incêndio do carro.
A prisão do segundo suspeito aconteceu na cidade pernambucana de Igarassu. O homem foi conduzido para a Central de Polícia de João Pessoa. Ele já tinha passagem pela polícia pelos crimes de porte ilegal de arma, tentativa de homicídio e roubo de carros.
O delegado Marcos Paulo informou que o inquérito deve ser encaminhado para o Ministério Público até segunda-feira. Os suspeitos ainda estão detidos na Central de Polícia e o secretário de Administração Penitenciária Wagner Dorta é quem deve definir se eles vão ser encaminhados para o Presídio do Roger, a unidade que abriga presos provisórios em João Pessoa, ou para o Complexo Penitenciário de Segurança Máxima Romeu Gonçalves de Abrantes, mais conhecido como PB1.
Do G1 Paraíba