Um dos suspeitos de ter matado uma criança de 5 anos em um ritual macabro tratou a morte do menino como um “trabalho” e “macumba”. O homem de 41 anos foi preso na manhã desta sexta-feira (16) e confessou todo o crime, além de apontar outros responsáveis pelo assassinato. A criança foi encontrada morta na manhã da terça-feira (13) em um matagal na cidade de Sumé, no Cariri paraibano.
Segundo o homem, a mãe, o padrasto e uma outra pessoa participaram de toda a ação. Ele confessa ainda que foi para o local do crime apenas para ver a criança sendo morta e que quem teria feito toda a ação teria sido o padrasto e um amigo, ambos presos.
“Estavam andando atrás do menino e quando terminou eu fui olhar os caras matarem o menino na beira do rio. Eu vi os dois matando o menino (o padrasto e o amigo). Mataram para fazer algum trabalho, macumba”, disse.
Segundo o delegado responsável pelo caso, Paulo Ênio, o homem que foi preso nesta sexta-feira contou que a criança foi abordada no meio da rua quando seguia para a casa da avó. A intenção dos suspeitos era capturar o menino e a irmã de 7 anos, mas ela conseguiu chegar à residência da avó.
Segundo o delegado, nenhum dos suspeitos tinha advogado até a manhã desta sexta-feira e ele ainda aguarda que a defesa seja constituída.
“Este homem que confessou tudo, o padrasto, a mãe e o vizinho que está preso pegaram a criança e levaram ela até um riacho, onde fizeram todo o ritual de sacrifício. O menino foi banhado e, usando uma faca de seis polegadas, o padrasto abriu o tórax da criança. O que leva a crer que foi um ritual de magia negra é que o pênis da vítima foi decepado”, explicou o delegado Paulo Ênio.
O delegado ainda esclarece que o homem com problemas mentais, que era apontado como um dos suspeitos, não tinha nada a ver com o caso e era inocente. Ele foi encontrado morto na noite da quinta-feira (15) dentro de uma cela no Complexo Penitenciário de Jacarapé, conhecido como PB1 e PB2, em João Pessoa.
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“O padrasto mentiu em seu depoimento quando disse que viu o deficiente mental próximo ao corpo da criança no matagal. O padrasto queria colocar a culpa neste homem, mas quando viu que a versão deles estava caindo por terra, resolveu estrangular ele dentro da cela”, contou.
A Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (Seap) informou por meio de nota à imprensa que o homicídio aconteceu na noite da quinta-feira. Os agentes de plantão foram acionados na madrugada desta sexta-feira, pouco depois da meia-noite, e logo após constatarem o ocorrido na cela 6 do pavilhão 3 do PB2, o Samu foi acionado, sendo confirmada a morte. Depois disso, a direção da unidade acionou a Delegacia de Homicídios. A investigação do caso também está sendo acompanhada pela Gerência do Sistema Penitenciário (Gesipe).
Ainda não foi confirmado qual era o intuito dos suspeitos em fazer este suposto ritual. De acordo com o delegado, apenas esta parte do crime ainda não foi solucionada, mas em relação à autoria do crime tudo está desvendado.
O homem preso nesta sexta-feira contou à polícia que foram usados no crime a faca, uma maquita, um tipo de serra utilizada para cortar cerâmica e um balde. “Em 15 anos como policial, eu nunca tinha conhecido pessoas tão frias como essas”, afirmou o delegado.
Do G1 Paraíba