Quem não se deixou abater pelo isolamento social nesses tempos de pandemia foi o músico Alceu Valença. Entre um telefonema e outro, de amigos de todo o canto do mundo, ele busca no violão a companhia perfeita para passar o tempo. “Nunca toquei tanto violão na vida”, argumenta o cantor e compositor.
O que não lhe falta é inspiração. Uma ideia aqui, outra ali, e ele vai direto para o violão, dedilhar os novos achados. “Já tenho 25 músicas na cabeça”, contou ao Radar. É algo espontâneo, que pode surgir no meio da noite ou durante o almoço – se o instrumento não está próximo, ele grava tudo no celular, com muitos assobios e batuques. Os arquivos digitais servem de referência para quando completar os frevos e marchas com letras de diferentes temas.
Entre sexta-feira e domingo, Alceu Valença é o grande antrião de uma live que percorrerá Caruaru, Olinda e Rio de Janeiro celebrando o São João. Batizada de “São João do Alceu”, a proposta é levar ao público talentos do gênero. No domingo, Alceu comanda a festa pessoalmente, de sua casa, no Rio de Janeiro.
“Nunca tirei férias, sinto falta de estar no palco”, diz Alceu, citando de memória quantos shows fez no ano passado (102) e no retrasado (103). “Antes da pandemia, eu já tinha marcado 35 shows entre maio e junho. Em julho, eu faria 16 shows na Europa”, conta o cantor e compositor, natural de São Bento do Una (PE) que, em tempos de pandemia, prefere o telefone ao invés das chamadas por vídeo.
No dia-a-dia, além de revisitar os clássicos da literatura brasileira e passar horas tocando violão, a missão de cumprir com a meta denida por um app baixado recentemente no celular: caminhar dez mil passos por dia.
“Minha vida sempre foi viajar”, argumenta, fazendo graça com o roteiro cheio de sobe-e-desce de escadas que organizou dentro de casa para manter a saúde.
Assista uma das mais famosas músicas do compositor: “La Belle de Jour / Girassol”. A música faz parte do projeto “O Grande Encontro: 20 Anos”
Do ManchetePB
com Veja