Com a necessidade do isolamento social por conta do coronavírus, muitas pessoas aproveitam o tempo para organizar a casa e é muito comum encontrar alguma cédula ou moeda antiga. Alguns desses “achados” podem ter um valor considerável para os colecionadores. Até mesmo algumas peças da atual moeda vigente, o Real, podem ter valores até 275% maiores que o de face.
Uma das peças mais buscadas pelos colecionadores do mundo “numismático” – como é conhecido esse mundo de colecionadores de moedas e cédulas – é a nota de R$ 1, que teve a primeira impressão em 1994 pela Casa da Moeda do Brasil. Em 2005, o Banco Central decidiu deixar de emitir cédulas neste valor. Hoje, apenas moedas com o valor de face de R$ 1 continuam em produção.
Para ajudar a identificar os itens “preciosos”, foram consultados colecionadores e especialistas para apontar as cédulas e moedas do Real que podem ter um valor significativo.
Primeiro, antes de apresentar as peças do Real que “valem ouro”, fica o esclarecimento sobre o termo numismática e como o setor tem se adaptado à crise do coronavírus. Um numismata é um estudioso em cédulas e moedas antigas. Ele pode trabalhar unicamente com o estudo, ser colecionador ou mesmo vendedor de material.
Existem diversas lojas numismáticas que vendem cédulas e moedas antigas do Brasil, desde o período imperial. Em tempos de pandemia, o mercado também buscou se adaptar à tecnologia com vendas através de sites ou simplesmente comercialização por leilões organizados entre colecionadores através de grupos de WhatsApp.
Em conversa, o advogado e diretor social e de divulgação da Sociedade Numismática Brasileira (SNB), Bruno Pellizzari, de 24 anos, contou que o setor continuou movimentado mesmo com a crise do coronavírus, pois muitas pessoas encontraram tempo para organizar a coleção e assim comprar virtualmente peças faltantes.
“Os maiores impactos no setor foram sentidos por quem tem loja física e não possui atendimento via internet. Eles tiveram de se reinventar. Para aqueles que trabalham pela internet, como o meu caso, pelo fato de as pessoas estarem em casa, elas passaram a se dedicar a outras atividades, e a numismática entra como hobby. Elas aproveitaram para organizar as coleções e buscar novas peças, o que fez o setor manter a operação”, explicou.
O engenheiro Ruy Peretti, de 42 anos, é colecionador e membro da SNB. Ele é um dos que participam de leilões, vendas e trocas pelo aplicativo de mensagem. “No WhatsApp você pode anunciar de maneira dinâmica para fazer as vendas”, contou. Ele também afirmou que continuou a participar dos leilões mesmo com a quarentena, apesar de alguns colecionadores “ficarem receosos antes de fechar os negócios”.